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     28/04/2024            
 
 
    

Com o aumento do custo de produção nas lavouras de soja no Cerrado brasileiro, representado principalmente pelo aumento nos preços dos fertilizantes nos últimos anos, o plantio de milho ou sorgo safrinha em sucessão à soja precoce tem sido uma alternativa importante para viabilizar a agricultura na região, pois possibilita melhoria do giro financeiro do produtor, mantém o solo coberto na estação seca, melhora a eficiência do uso de fertilizantes, reduz o custo do controle de ervas daninhas, quebra o ciclo de doenças da soja, principalmente da ferrugem-asiática, bem como agrega palha ao sistema para melhorar a eficiência do plantio direto, além de racionalizar o uso das máquinas e da mão-de-obra da fazenda.

A técnica da dessecação possibilita antecipar a colheita da soja, permitindo o plantio da cultura em sucessão dentro da época propícia a receber mais chuvas e em condições de plantio livre de invasoras, favorecendo assim um bom desenvolvimento da safrinha. A dessecação pode antecipar a colheita entre 3 a 7 dias, dependendo da umidade do grão no momento da dessecação, do produto utilizado e das condições climáticas após o procedimento. Embora possa parecer curto, esse período pode representar muito na produtividade da safrinha.

A decisão do momento adequado para aplicar o dessecante é o ponto nefrálgico da operação de dessecação. A aplicação antecipada pode acarretar perdas consideráveis na produtividade da soja; por outro lado, a aplicação atrasada não apresentará resultados significativos na antecipação da colheita, frustrando o objetivo principal da operação. O momento adequado para a dessecação é quando a soja completa sua maturação fisiológica, pois aí se dá o maior acúmulo de matéria seca, e, a partir dessa fase, a cultura só perde água. Isso ocorre a partir do estádio R 6.5, onde já não se têm perdas no rendimento. O mais recomendável é que se faça a dessecação entre os estádios R 6.5 e R 7. Utiliza-se normalmente o estádio R 7, por ser de mais fácil visualização a campo.

Para tornar essa decisão de forma mais precisa, existem vários parâmetros que podem ser utilizados para identificar com segurança o momento mais adequado para se fazer a dessecação: (1) quando os grãos de soja estiverem com 58% de umidade ou menos; (2) quando as folhas e vagens estiverem mudando da coloração verde intenso para verde claro a amarelo; (3) quando, ao abrir a vagem, os grãos estiverem desligados um do outro (não presos por fibras, “desmamados”); (4) quando a superfície dos grãos estiver passando do aspecto esbranquiçado para o aspecto brilhoso; (5) quando existir pelo menos uma vagem sadia sobre a haste principal que tenha atingido a cor de vagem madura, normalmente amarronzada ou bronzeada.

A escolha dos herbicidas para a dessecação vai depender das espécies de ervas daninhas predominantes na área. Caso predominem gramíneas, deve-se optar por Gramoxone. No caso de ervas daninhas de folhas largas, deve-se optar por Reglone.  Ambos possuem ação de contato, não apresentam resíduos na soja, e têm seu processo de absorção completado em 30 minutos, sendo que chuvas após esse período não interferem no funcionamento do produto. Se ocorrerem dias chuvosos após a dessecação, pode não haver grande antecipação da colheita. Entretanto, após a chuva cessar, a perda de umidade é mais rápida na área dessecada. Trabalhos têm mostrado que a dessecação não interfere na produtividade, na incidência de doenças e na germinação, mesmo que ocorram períodos chuvosos após a aplicação.

No caso de uma dessecação bem feita, o produtor poderá ter os seguintes benefícios: (1) antecipação da colheita de 3 a 7 dias; (2) uniformização da maturação; (3) venda antecipada da soja obtendo melhor preço; (4) acesso a capital de giro para aquisição de insumos em momentos adequados; (5) plantio da cultura subsequente no limpo; (6) aproveitamento de melhor umidade no solo para a cultura subsequente; (7) melhor resultado da safrinha; (8) dessecação de plantas daninhas adultas; (9) transporte de grãos sem impurezas, (10) menor desconto no armazém em razão de impurezas; e (11) otimização do uso das colheitadeiras.

As primeiras sojas colhidas encontram o mercado interno com seus estoques baixos e o mercado internacional vulnerável às especulações decorrentes da incerteza do tamanho da colheita da safra sul-americana, portanto historicamente o produtor tem conseguido melhores preços de venda. O dinheiro que entra pela venda das primeiras sojas colhidas é utilizado para antecipar a quitação de contas referentes ao custeio da safra e com isso o produtor consegue diminuir em parte o custo financeiro da lavoura. A antecipação da colheita permite que a safrinha receba mais chuvas e escape dos rigores do inverno em algumas regiões, e com isso tenha condição de resultar em produtividades mais elevadas, já que a safrinha é altamente dependente do clima. A dessecação tem também uma vantagem adicional no controle de ervas daninhas jovens e adultas de todas as espécies, e com isso o plantio da safrinha pode ser feito no limpo sem a necessidade da dessecação pré-plantio.

O custo do controle de ervas daninhas na safrinha pode ser amortizado pelo custo da dessecação pré-colheita da safra ou vice-versa, tendo em vista que uma operação elimina a necessidade da outra. A lavoura de soja que possua ervas daninhas durante a colheita cria dificuldades para a colheita sobrecarregando o trabalho mecânico das colheitadeiras. A dessecação pré-colheita elimina esse problema. Além disso, as cargas de soja provenientes das lavouras em colheita, ao darem entrada nos armazéns,  são analisadas e as impurezas são descontadas do peso total. Uma vez que a dessecação pré-colheita diminui o percentual de impurezas do produto colhido, consequentemente ela desonera o custo do frete.

Outro fator a ser considerado na avaliação da viabilidade da dessecação pré-colheita da soja é o fato de permitir a racionalização do uso das colheitadeiras sem a perda excessiva de umidade do grão de soja na lavoura, o que frequentemente ocorre na lavoura por atraso na colheita. Ao antecipar a colheita de uma parte de sua lavoura de soja, o produtor tem possibilidade de colher parte equivalente dentro da faixa de umidade ideal.

A dessecação para antecipação da colheita de soja apresenta vantagens que podem ser bem aproveitadas pelo agricultor, sobretudo o que pretend

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Adão felipe
18/03/2011 - 12:01
Os estudos realizado que a dessecaþÒo nÒo acarreta danos a germinaþÒo de sementes foram realizados na EMBRAPA? E ap¾s Ó aplicaþÒo, se caso a chuva nÒo der trÚgua, isso poderß me acarretar prejuÝzos econ¶mico?! Como perca na umidade, e qualidade fisiol¾gica da semente!

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